quinta-feira, 25 de outubro de 2012

DEMOCRACIA DA SACANAGEM E O VOTO POR TABELA – NINGUÉM VOTA DIRETAMENTE EM VICE – O “VICE-QUALQUER-COISA” NO BRASIL É “BIÔNICO”.


















Luiz Carlos Nogueira















Uma coisa que me deixa muito “#&*@%” é nós eleitores sermos forçados a votar por tabela nos “mer@@@.” pilantras, que já provaram que são de caráter defeituoso, que já estiveram com a ficha-suja porque foram condenados pela Justiça por algum delito praticado no passado. No entanto, os arranjos dos dirigentes partidários não menos de caráter defeituoso, colocam essas “porcarias” de “vice-qualquer-coisa”, por questão de alguma vantagem de apoio partidário, atual ou futuro. Ora, quem é que pode garantir que esses pés-sujos não voltarão a cometer atos ilícitos, depois que o cabeça de chapa for eleito e esses “tranqueiras” forem colocados como “jabutis nos postes”, para exercerem alguma secretaria ou até ministério?

Delinqüente é delinqüente, e não serve para estar à frente de cargos públicos, ainda mais os que dizem representar o povo. Eles buscam lugares de vice, como seus projetos de vida pessoal – que não se enganem os eleitores, abandonem a credulidade infantil e comecem a raciocinar. Estamos no século XXI e ainda existe essa farsa de candidato biônico.

E as alianças partidárias? Essas são como resultado de um estupro ideológico ou casos incestuosos. No folclore brasileiro é como se fossem união de fadas com lobisomens, mulas-sem-cabeça com sacis-pererês. Aí os entendidos dizem para mim: Áahh!! Você não entende!!! – É verdade, não entendo mesmo, como é que os políticos não sentem o mínimo de vergonha.

P......!! Como é que pode um sujeito que diz ter ideal comunista se unir com um capitalista ferrenho, ou vice-versa?? O que se conclui disso é que os dois mentem. A única ideologia que os domina é a fome de poder para amealhar fortunas. É a psicopatia do predador social.

O pensador político Norberto Bobbio[1] que diga sobre “O Futuro da Democracia”, porque Raymundo Faoro[2] já contou a história de “Os Donos do Poder”. O Supremo Tribunal Federal (STF), com o julgamento dos envolvidos no chamado “esquema do mensalão”,  está inaugurando uma nova era que deve impor aos apatriotas mais respeito à sociedade.

Esses mesmos apatriotas, são os que minam os sindicatos e as entidades de classe, porque os seus dirigentes que aceitam essas ingerências também são do mesmo espírito trevoso, oportunista, manipulador que usa as pessoas para seus propósitos igualmente psicopáticos.


Toda essa gente que faz da política o seu meio de vida parasitária, o que inclui seus aliados e puxa-sacos, é como adverte a Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva[3]: “ [...] não se iluda! Esses indivíduos charmosos e atraentes frequentemente deixam um rastro de perdas e destruição por onde passam. Sua marca principal é a impressionante falta de consciência nas relações interpessoais estabelecidas nos diversos ambientes do convívio humano (afetivo, profissional, familiar e social). O Jogo deles se baseia no poder e na autopromoção às custas dos outros, e eles são capazes de atropelar tudo e todos com total egocentrismo e indiferença.” [...] “A cultura do individualismo e o desejo de conseguir bem-estar material a qualquer custo têm provocado erosão dos laços afetivos dentro da nossa sociedade. Com isso, virtudes como honestidade, a reciprocidade e a responsabilidade com os demais caem em total descrédito.”.

“Os políticos importantes geralmente são psicopatas por uma simples razão: o psicopata adora poder. Utiliza as pessoas para obter mais e mais poder, e as transforma em coisas para o próprio beneficio dele. Isto não quer dizer, lógicamente, que todos os políticos ou todos os líderes sejam psicópatas, desde já, mas sim que o poder é um âmbito onde eles movem como peixe na água.”  Quem diz isso é o médico psiquiatra Hugo Marietán, renomado especialista argentino em psicopatia.

Assim, não há como existir uma democracia sadia, mormente se as leis disciplinadoras do processo político-eleitoral não forem bem postas e se os poderes da república não se mantiverem incólumes das influências perniciosas dos mal-intencionados “donos do poder”.

Como diz Bobbio: “[...] tantas vezes denunciada e tão pouco medicada, é a proliferação das assim chamadas “leizinhas” (“leggine”)* que são precisamente o efeito da predominância de interesses particulares, de grupo, de categoria, no pior sentido da palavra, corporativos. E se trata exatamente de uma chaga e não um efeito benéfico...., que deveriam ser corrigidos e não agravados.”. Assim, para o pensador “Nada ameaça mais matar a democracia que o excesso de democracia.”

Os exemplos disso são as permissões para se criarem partidos “nanicos” aos borbotões, para depois se coligarem com outros, mesmo que sejam de pensamentos antagônicos entre si. Na concepção blasfema deles, quem sabe até imaginam que seria muito normal  Deus indicar o diabo como secretário.

Fico com nojo de ter que votar no cabeça de chapa e eleger por tabela um vice horroroso e de passado sujo, guindado sabe Deus de quais profundezas do inferno. E o pior ainda, são as alianças (coligações) com partidos nanicos e oportunistas.

Ainda existem “candidatos biônicos”. Isso precisa acabar.






[1] O Futuro da Democracia, 9ª Ed.,tradução de Marco Aurélio NogueiraSão Paulo: Paz e Terra, 2000
[2] Os Donos do Poder: formação do patronato político brasileiro, vols.1 e 2- 10ª Ed.—São Paulo: Globo; Publifolha, 2000
[3] Mentes Perigosas: o psicopata mora ao lado – Rio de Janeiro: Objetiva, 2008.
* As leggine (diminutivo de leis) são leis de poucos artigos, que regulam matérias restritas e que geralmente são aprovadas em comissões parlamentares, não pelo parlamento em sessão plenária. (N.do T.)

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