Luiz
Carlos Nogueira
Muitas
noites eu passei sem dormir, ou quando dormia tinha terríveis pesadelos. Eu
temia pelo meu futuro, dos meus pais e dos meus filhos e netos, caso eu viesse
tê-los. Estarei completando 72 anos de idade no mês de abril deste ano, e mesmo
assim, continuo teimando em usar essa maldita droga. Cada vez que uso eu digo
que será a última vez, no entanto, algo mais forte em mim, fala mais alto; é
como se fosse um demônio maldito murmurando aos meus ouvidos: “Só mais esta
vez! Afinal você não sonha com a felicidade sua e do seu povo? Quando as coisas
caminham de forma alegre, leve, tudo não parecerá bom como acontece nos sonhos
de mil venturas? Pois, então, com essa droga você poderá, quem sabe, ter uma
vida com a qual sonhou. Você não quer que tudo fique ótimo? Então use essa
droga mais uma vêz!!
Sentei-me
num dos bancos da Praça Ary Coelho de Oliveira (em Campo Grande, MS),
colocando-me num estado de profunda meditação. Eu via-me num país próspero, de
pessoas felizes, leis funcionando, zeladores muito probos dessas leis, não
havia: assassinos, ladrões, turma da propina se corrompendo e corrompendo
outras pessoas. Mas, não vou aqui ficar contando os meus devaneios, porque, eis
que de repente o vendedor de pipocas perguntou-me se eu não gostaria de comprar
um saquinho delas. Ao tirar o dinheiro da minha carteira, não percebi que meus
documentos caíram no chão. Paguei a minha pipoca e resolvi sair saboreando,
aquele tipo que parece ser uma flor assada, que recordava a minha infância.
Mais
isso não terminou aí. Logo atrás de mim vinha uma freira, quase correndo a
dizer-me: “Ei cidadão! O senhor deixou cair a sua droga e eu apanhei-a. Tome!
LÁ VEIO NOVAMENTE PARA AS MINHAS MÃOS A DROGA DO TITULO DE ELEITOR!!
*Direitos
autorais reservados. Permitida cópia, desde que concedidos o devido crédito.
Gostei!!!
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