Luiz Carlos Nogueira
Tem gente que acha que pimenta só arde nos próprios olhos, mas nos olhos dos outros é colírio.
Esta matéria foi motivada por um e-mail que recebi de uma pessoa que evidentemente não vou divulgar o nome, tendo em vista que tudo se deu de forma não pública.
Pois bem, reproduzi num blog, discurso de um deputado federal, para que as pessoas fossem levadas a refletir livremente. Na postagem não fiz qualquer comentário, justamente para que cada um se conduzisse orientado por sua própria luz.
Ocorre que essa pessoa tomou as dores como se fora eu o discursante e não o deputado. Por tal motivo, enviou-me um artigo no qual um determinado autor dizia para que se respeitar quem se colocou contra a ditadura militar de 1964.
Ora, cada qual deve ter consciência das suas ações. Se na época da ditadura sofreu represálias, não foi porque estava rezando. Por consequência, agora alimenta furiosamente um sentimento revanchista, sem considerar que a prática terrorista-revolucionária foi também uma violência.
É claro, respondi o e-mail, dizendo:
“Fulano”,
Na verdade alguns posicionamentos meus, nada têm a ver com o pensamento político das pessoas, mas sim com as ações, quando são incompatíveis ou diametralmente opostas ao que pregam, ou seja — a democracia, a liberdade, a paz social, a justiça e a felicidade do ser humano.
Os que mais falam em democracia e liberdade, deveriam ser coerentes, não tentando impor pela força o seu modo de pensar e forma de governo. E o que mais frequentemente vemos é os que praticaram ou praticam todo o tipo de violência, não quererem assumir a culpa ou sofrer as consequências dos seus atos — ou seja, culpa e consequências para os outros pode, para eles não.
Eu só entendo que a justiça para ser considerada justiça, tem que ser administrada de forma igualitária (não com um peso e duas medidas), pois este é o princípio abrigado pela nossa Constituição Federal. As questões devem ser pesadas igualmente, tanto de um lado como para o outro. Não se trata de respeitar ou deixar de respeitar quem quer que seja. Se você considerou, por acaso, ou de alguma forma tenha entendido que houve desrespeito de minha parte (embora eu não saiba exatamente por que. Teria sido o vídeo contendo o pronunciamento do deputado?) — me perdoe e fique absolutamente à vontade para suprimir dos seus blogs, quaisquer matérias que lhe desagrade, afinal os blogs são seus. Posso escrever em outro lugar, enquanto a lei da mordaça não seja imposta à Imprensa, como desejam alguns, que tudo fique dominado.
É verdade que tenho me colocado contrário à forma como estão sendo conduzidas as questões dos direitos humanos no Brasil, porque está havendo um desvirtuamento das suas premissas de verdadeira justiça. E para as pessoas inteligentes e bem informadas como você, não preciso me aprofundar no mérito. Portanto, espero você saberá distinguir exatamente o que estou falando das mazelas dos furibundos e perigosos.
Eu havia preparado uma matéria, antes de receber os seus e-mails. Não a publiquei porque já não acho conveniente para os seus blogs (já não quero que seja publicada em lugar algum e tampouco divulgada de qualquer forma). Porém, lha envio (em arquivo anexo) para que você a leia muito atentamente, sem pressa e sem paixão, de forma que possa realmente entender a minha forma de pensar, que talvez eu até possa mudar, se alguém for bastante convincente para fazer isso, ou seja, mostrando-me que só devam ser punidos os militares que cometeram os mesmos crimes que os terroristas. Penso que tanto um como outro devam ser punidos — ou então, nenhum. (nota: só que acabei mudando de ideia, pois não é possível deixar de dar respostas para essas coisas sórdidas)
O que se percebe muito bem, salvo raríssimas exceções, que no Brasil, tanto as pessoas da direita como das esquerdas só faltam se engalfinhar, para vencer não pelo que deveriam de fato acreditar ideologicamente, mas pelos benefícios próprios, não por amor à causa pública.
Agora para terminar este e-mail, vou lhe contar um fato ocorrido comigo no início de 1964, na cidade onde eu morava, quando eu ainda não tinha completado 18 anos de idade.
Havia lá um certo fulano que atendia pelo nome de “X” (não vou dizer o nome porque não sei se ainda está vivo, até porque o que se deu foi só entre eu e ele), que se dizia comunista, mas que segundo algumas pessoas que o conheciam, era visto como um elemento que não gostava de trabalhar, porém se enchia de rancor contra quem tinha uma vida próspera.
Nessa época meu pai vendia produtos agropecuários no prédio de uma associação de ruralistas, que lhe havia cedido para morar e para esse efeito. Em troca ele controlava e recebia as mensalidades dos sócios e fazia alguns expedientes, como secretariar as reuniões, enviar correspondências; coisas assim. Eu o ajudava atender na venda de produtos agropecuários, quando um certo dia lá apareceu o tal de “X”, furibundo, que começou a dizer um monte de besteiras, inclusive, sem saber da nossa situação naquela Entidade, perguntou-me se eu não sentia vergonha de trabalhar para agropecuaristas, terminando por falar que o comunismo haveria de vencer, e quando isso acontecesse ele haveria de ver eu e meu pai, pendurados no poste da frente do estabelecimento.
O que você acha que eu senti??? Isso não é violência e desrespeito??? Que culpa alguém tem por precisar trabalhar???
Em qualquer lugar do mundo, as pessoas e em especial os jovens para conseguirem seu primeiro emprego, têm que trabalhar para quem pode pagar pelos seus serviços. Ora, para se trabalhar honesta e honradamente, tem os jovens ignorantes das mazelas políticas-ideológicas, que perguntar ao tomador de serviços qual é a sua coloração ideológica ou a qual partido político pertence? O que eu deveria ter feito, como se costuma dizer popularmente, era ter mandado aquele “cara” catar coquinhos.
Pois bem, eu sei que muitas pessoas foram presas naquela época, sob a acusação de serem comunistas (muitos nem eram nada além de bobos insuflados por pessoas de formação duvidosa e sem escrúpulos. Muitos eram vítimas de inveja e outras maldades). Eu era ainda estudante e fazia um programa estudantil numa Rádio, junto com um colega que era diretor da entidade que congregava os estudantes e que era dona do referido programa de Rádio naquela Cidade. No programa comentávamos sobre algumas ocorrências, mesmo políticas, quando de certa forma atingiam a classe estudantil, porém pedindo providências a quem tinha competência para tal, e nunca fomos molestados pelos militares, tampouco tivermos censura prévia ou posterior em nosso programa radiofônico, porque não fazíamos apologia de nada que não era nosso ou estranho à classe. Tampouco concitávamos a classe estudantil a se meter em coisas que não entendia ainda.
Logo em seguida eu fui para o Exército (pois o serviço militar é obrigatório). Quando eu já era Cabo e trabalhava numa Secção, certa vez eu estava lendo “Capitães da Areia”, de Jorge Amado, quando chegou o Sargento e o Capitão que eram daquela Seção. O Sargento aproximou-se me perguntando: O que você está lendo aí Cabo? Depois pegou o livro e olhou-o dizendo: cuidado com esse livro Cabo! Olha aí Capitão, o que o “Cabo véio” tá lendo!! Os dois riram, pelo fato de eu não haver tentado ocultar o livro. Aí o Sargento comentou, sob o olhar risonho do Capitão: você sabia que esse livro não é bem visto...?? Ao que respondi: sim eu sei, só que eu não preciso ser militar e burro. É justamente por esse fato é que eu estou procurando me informar. Então ele me disse: e isso mesmo, só que você deve evitar sair por aí com ele...!
Isto é para mostrar que gente despreparada, maluca, aproveitadora e perigosa tem em todos os lugares, assim como também tem gente esclarecida e que pensa.
Agora por favor, leia também a minha matéria anexa que não é para ser publicada.
Abraços – Luiz Carlos Nogueira
Pimenta no olho do outro é colírio? Afinal, o que significa anistia ampla, geral e irrestrita?
Por Luiz Carlos Nogueira
Inicialmente deixo bem claro que não sou de “direita”, de “esquerda”, comunista, nazista, ou qualquer outra denominação desse tipo. Também não sou militar da ativa ou da reserva remunerada, apenas prestei serviço militar porque é obrigatório. Não sou filho de militar, não tenho sogro, cunhado (a), genro ou filho militar e também nunca fui terrorista. Sou apenas um ser humano, que não gosta de sofrer injustiças e que por isso não penso que “pimenta no olho do outro é colírio”.
Aliás, Platão em seus diálogos (Livro II, de A República), já comentava sobre a injustiça enfatizando que ninguém é justo voluntariamente, mas por obrigação, não sendo a justiça um bem individual, visto que com raríssimas exceções, as pessoas no seu interesse próprio, tendo a oportunidade de cometer a injustiça, comete-a.
A verdade é que o “ser humano” (para não parecer machista, uso este termo que abrange ambos os sexos) nunca foi anjo que resolveu incursionar em nosso planeta Terra, sem saber se isto aqui é uma extensão do céu ou do inferno.
As ações humanas (salvo exceções extremamente raríssimas), sempre foram guiadas para as satisfações egoístas das suas necessidades, tanto básicas quanto frívolas. Tanto que Thomas Hobbes já dizia isto ("Homo homini lupus", o homem é o lobo do homem). O ser humano combate uns contra os outros ("Bellum omnium contra omnes", é a guerra de todos contra todos) até entender que a única possibilidade de continuarem vivos é a de chegarem a um entendimento mútuo. Assim é que se estabeleceu um pacto de associação, ao que Rosseau chamou de “contrato social”, sob a condição de que cada um abrisse mão de alguns de seus direitos em favor dos outros.
Ocorre que mesmo assim, as pessoas muitas vezes querem se valer da “Lei de Gerson” — que significa levar vantagens sobre as outras.
Sobre as ações desse tipo, alguns escritores já publicaram obras enfocando-as e retratando bem a natureza humana. Como exemplo cito Albert Camus, em sua obra “A Peste” (1947), e José Saramago, em sua obra “Ensaios Sobre a Cegueira” (1995).
Por conseguinte, como o assunto em voga atualmente é a questão dos direitos humanos, anistia, etc.,etc., vamos (eu e o leitor) considerar os crimes perpetrados contra a vida de pessoas, as práticas de lesões corporais e torturas, à luz da legislação vigente:
CÓDIGO PENAL BRASILEIRO
TÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A VIDA
HOMICÍDIO
Art .121 – matar alguém
- é “crime hediondo” quando praticado em atividade típica de grupos de extermínio, mesmo que por uma só pessoa.
CAPÍTULO II
DAS LESÕES CORPORAIS
Art. 129 - Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
- ofensa à integridade física – abrange qualquer alteração anatômica prejudicial ao corpo humano - ex.: fraturas, cortes, escoriações, luxações, queimaduras, equimoses, hematomas etc.
- ofensa à saúde – abrange a provocação de perturbações fisiológicas (vômitos, paralisia corporal momentânea, transmissão intencional de doença etc.) ou psicológicas.
CRIMES DE TORTURA - Lei n° 9.455/97 (Lei de Tortura)
- no crime de tortura a vítima é submetida a um sofrimento intenso (aplicação castigos corporais imoderados; chicotadas, aplicação de ferro em brasa etc, cuja intensidade expõe a vítima a uma situação de perigo para sua vida ou saúde ). (também se enquadra neste crime, quem sequestrar e manter a vítima em seu poder com emprego de violência ou grave ameaça, submetendo-a a intenso sofrimento físico ou mental)
Segundo o médico Legista Carlos Delmonte (in Revista Justiça Penal, “A perícia na tortura,”5/ 21), as práticas mais frequêntes de tortura, são:
Agora cabe uma pergunta: Esses crimes por acaso não são os mesmos crimes que foram praticados por militares ou terroristas da “esquerda” armada?
Não existe diferença e não cabem sofismas para se tirar proveito de situações.
Sempre tive que trabalhar duro como muitos brasileiros, pagando todos os impostos por medo de nos vermos privados dos nossos bens. Pagamos compulsóriamente o INSS para termos uma aposentadoria miserável. Isto me deixa indignado como tantos outros brasileiros, porque temos que sustentar vagabundos, aproveitadores, parasitas sociais, mensaleiros, ladrões de colarinho branco e outros da mesma laia (aliás, nós aposentados é que fomos assim maldosamente adjetivados pelo presidente neoliberal, que também participou de grupos clandestinos de esquerda de fachada — FHC).
Sabe-se que foram mais de 400 desaparecidos políticos e que também muitos militares que apoiavam o governo, foram violentamente mortos por militantes comunistas armados.
Afinal, o que realmente significa anistia ampla, geral e irrestrita?
“Tendo em vista matéria publicada em “O Globo” de hoje (p.4), intitulada “Comissão aprovará novas indenizações” e na qualidade de filha de Luiz Carlos Prestes e Olga Benario Prestes, devo esclarecer o seguinte:
A reintegração do meu pai ao Exército no posto de coronel e a concessão de pensão à família constitui, portanto, um desrespeito à sua vontade e à sua memória. Por essa razão, recusei a parte de sua pensão que me caberia.
Da mesma forma, não considerei justo receber a indenização de cem mil reais que me foi concedida pela Comissão de Anistia, quantia que doei publicamente ao Instituto Nacional do Câncer.
Considerando o direito, que a legislação brasileira me confere, de defesa da memória do meu pai, espero que esta carta seja publicada com o mesmo destaque da matéria referida.
A carta da filha de Luiz Carlos Prestes, Anita Leocádia Prestes, acima transcrita e publicada na Tribuna da Imprensa, foi comentada por Hélio Fernandes . Tanto o comentário do Hélio como dos seus leitores, seguem transcritos para que os leitores façam uma reflexão:
Comentário de Helio Fernandes
Era vingança pura, ato torpe, que comprometeu o Exército. É lógico que no arquivo do Exército já constava a demissão a pedido do capitão. Que aliás foi o mais jovem capitão de toda a História do Brasil. Pediu DEMISSÃO e foi tratar da vida, sem PEDIR ou ACEITAR qualquer recompensa. Fato que a filha repetiu SEM ESTARDALHAÇO, só agora passa a ser do conhecimento público.
Em 1930, os Tenentes Siqueira Campos e João Alberto, foram a Montevidéu (onde Prestes morava, depois de ficar algum tempo exilado na Bolívia), convidá-lo para chefiar a “Revolução de 30”, que já estava praticamente vitoriosa.
Voltou em 1935 para organizar e desfechar a Revolução Comunista que não tinha a menor chance de vitória. Sem recursos, desorganizada, praticamente existindo apenas no interior da Paraíba e do Rio Grande do Norte. E no Rio, apenas no 3º RI. (Onde hoje existe um monumento, na Praia Vermelha).
Em 1940, como o Brasil fazia parte, na Segunda Guerra, das forças “Aliadas”, o governo soviético mandou pedir ao ditador Getúlio Vargas, a libertação dele. Vargas não atendeu, mas mandou transferir Prestes para a Penitenciária Frei Caneca, onde ficou até 1945.
Logo depois de solto, outra violenta contradição de Prestes, mas como sempre coerente com suas ideias. Foi fazer um comício no Estádio do Vasco, (ainda não existia o Maracanã), uma multidão foi ouvi-lo e saiu de lá chorando. Prestes criticou o próprio povo, afirmou: “Vocês estão se aburguesando, só pensam num rádio novo e mais potente ou em geladeira”. (Textual)
PS – Termino por aqui, tudo o que escrevi é apenas louvação à posição de Anita Leocádia. Apesar dele estar sempre longe, tive sempre boas relações com Prestes. Na Constituinte de 1945, (meu primeiro grande trabalho para a revista O Cruzeiro) tive ótimo contato com Prestes e os 15 deputados eleitos pelo Partidão. Escrevi: “Não entendo como é que Prestes e Plínio Salgado ficam conversando amistosamente, e depois na tribuna se agridem violentamente”.
PS2 – No dia 25 de março de 1981, (véspera do massacre das instalações da Tribuna, que ocorreu no dia 26), tive debate com Prestes de quase 3 horas no CACO, Faculdade da Moncorvo Filho (deve estar tudo, é claro, no arquivo da Faculdade). Lotadíssima. Como eram jovens e estudantes estavam visivelmente a favor de Prestes, mas me respeitavam, saímos juntos e abraçados.
PS3 – Meu último contato com Prestes se deu em 1987, em Cuba. Fidel organizou um Seminário sobre DÍVIDA EXTERNA, um dos meus assuntos favoritos. Estavam presentes 61 brasileiros, muitos deputados, senadores, jornalistas. Só dois discursaram: Prestes, lendo, este repórter, como sempre, de improviso. Lula também presente, já candidato a presidente em 1989. Não falou, não conhecia nada do assunto.
Helio Fernandes Artigo do dia 9 comentários
Helio, se tal predisposição de Prestes era conhecida e não foi considerada, falhou nessa entendida indevida indenização a Comissão de Anistia. Tal comportamento familiar vem a autenticar o que se traduz como sendo uma voluntária (de corpo e alma) e jamais “recompensada” crença numa causa em que se acredite. O valor reside na causa em sí, e não nos lucros e louros que dela possam sobrevir.
Parabéns aqui a duas pessoas: Anita Leocádia, filha do Capitão engenheiro Luís Carlos Prestes, que escreveu uma carta mostrando mais uma vez sua posição e a do seu pai. E também ao Hélio Fernandes, que dessa tribuna escrita mostra à nação brasileira, as convicções de um homem que passou mais de 60 anos perseguido em seu próprio País.
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Hélio, Anita como filha, naturalmente sabia o que desejava seu pai, por convicção ideológica. A fatídica viajem para falar com Prestes, de João Alberto e Siqueira Campos, que morreu no desastre da queda do avião em que voltavam da Argentina, não foi o único convite recebido por Prestes. Oswaldo Aranha também esteve na Argentina com Prestes, convidando-o para chefiar a Revolução, que Prestes chamava de “burguêsa”. Tem outra versão que Prestes teria se encontrado com Oswaldo Aranha e Getúlio, na fronteira, recusando da mesma maneira o convite. É de assinalar também, a diferênça entre Anita e os “pretensos heróis que combateram a ditadura”, passeando tranquilamente pelas ruas e frequentando até altas horas os bares da cidade, sem serem incomodados pela polícia. Receberam milhões. Enquanto outros, barbaramente prejudicados em suas vidas, nada receberam. A maioria já morreu; os outros andam por aí “estropiados”.
HÉLIO. Prestes e sua filha Leocádia recusaram as recompensas poque não eram do PT. Se o fossem, pediria mais.
É o que eu vivo dizendo não se fazem nem COMUNISTAS,nem CAPITALISTAS como os de antigamente.Anita Leocádia tem honra e personalidade.Muito digna sua atitude.Parabéns.Acho que qualquer que seja a ideologia que se escolha devemos permanecer fiéis a ela.
Prestes errava por convicção férrea (acredito por escrito por voce).A convicção herdou sua filha, pois demontrou com atitudes dignas.Não aceitaram a bolsa ditadura.Aquele era o tempo do “comunismo romântico” , do igualitarismo.Todos eram iguais entre si. Vimos que não era nada disso.Hoje, esses comunistas são mais iguais que os outros, querem as dachas, os produtos importados, as benesses, os DAS nivel 7,8,10,20…50 e todos os privilégios possíveis.Querem censura.Pena que essa turma de petistas e neo petistas sejam apenas gananciosos e arrogantes.E donos de uma burrice sem limites…
Jornalista,
Que maravilha sua análise sobre Prestes, uma grande brasileiro, como Hélio Fernandes.
Lena Tavares.
Ela teve berço. Os verdadeiros heróis não se rendem a volúpia do dinheiro
fácil, não aceitam a posição de vítimas que vitimam terceiros. Pena que estes
bons exemplos nesta terra são iguais a se achar um grande diamante bruto
no centro de uma metrópole. O que dizer de bons exemplos de quem capitaliza
uma posição de vítima em uma terra em que as indenizações do Estado ao cidadão
oprimido não passam de pequenas migalhas e a custa de um esforço e um tempo
desumanos, nada comparado a rapidez e os montantes auferidos aos FELIZARDOS
EX-PERSEGUIDOS PELA DITADURA, HÁ QUATRO DÉCADAS ATRÁS
s(as)
caro(as)sr(as).
mesmo, em ãnimo rspeitoso, consigno uma larga divergência Dona Anita. ora bolas, um direito pecuniário balizado pela lei se ñ resgatado, irá para o bolso de um Sarney da vida ou de um arruda qualquer.
o capitão prestes é Coronel EB R/1 dA arma de engenharia desde a década de 90, anistiado por uma portaria prolatada pelo general carlos tinoco desde 1942, reformado capitão e promovido a Coronel “Full”
obrigado
Ora, eu era muito jovem em 1964, mas me lembro muito bem (aliás isto é consabido pelos que viveram essa época) que a imensa maioria que compõe nossa sociedade, na qual se incluíam alguns dos principais segmentos religiosos, muitos industriais, banqueiros, empresários, latifundiários, gente da “direita” egoísta e sem pudor, etc., que hoje está fazendo hipocritamente, por interesses pessoais mais variados, o jogo da “esquerda”, quando se sentiu ameaçada pela possível tomada do poder pelos comunistas (tinham medo de perder o poder e as regalias – quem acredita que era por puro patriotismo?), fez (ou pelo menos apoiou os que fizeram) apelos dramáticos aos militares para não deixar que isso acontecesse.
Pois é, esse pessoal fez igual como na letra da música do Chico Buarque (desculpem-me, porquanto a mesma contém uma generosa pitada pornográfica, não obstante útil para efeito de ilustração) “Geni e o Zepelin”. È claro que não estou comparando as nossas valorosas Forças Armadas com a Geni. Isto é apenas um recurso alegórico para ilustrar como age o povo que, em face de algumas situações — ora aplaude, ora joga pedras. Na hora do aperto pede socorro e depois de safar-se, apedrejam – Vejam a letra da música:
Do mangue e do cais do porto
Ela já foi namorada
O seu corpo é dos errantes
Dos cegos, dos retirantes
É de quem não tem mais nada
Dá-se assim desde menina
Na garagem, na cantina
Atrás do tanque, no mato
É a rainha dos detentos
Das loucas, dos lazarentos
Dos moleques do internato
E também vai amiúde
Co'os velhinhos sem saúde
E as viúvas sem porvir
Ela é um poço de bondade
E é por isso que a cidade
Vive sempre a repetir
Joga pedra na Geni
Joga pedra na Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni
Um dia surgiu, brilhante
Entre as nuvens, flutuante
Um enorme zepelim
Pairou sobre os edifícios
Abriu dois mil orifícios
Com dois mil canhões assim
A cidade apavorada
Se quedou paralisada
Pronta pra virar geléia
Mas do zepelim gigante
Desceu o seu comandante
Dizendo - Mudei de ideia
- Quando vi nesta cidade
- Tanto horror e iniquidade
- Resolvi tudo explodir
- Mas posso evitar o drama
- Se aquela famosa dama
- Esta noite me servir
Essa dama era Geni
Mas não pode ser Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni
Mas de fato, logo ela
Tão coitada e tão singela
Cativara o forasteiro
O guerreiro tão vistoso
Tão temido e poderoso
Era dela, prisioneiro
Acontece que a donzela
- e isso era segredo dela
Também tinha seus caprichos
E a deitar com homem tão nobre
Tão cheirando a brilho e a cobre
Preferia amar com os bichos
Ao ouvir tal heresia
A cidade em romaria
Foi beijar a sua mão
O prefeito de joelhos
O bispo de olhos vermelhos
E o banqueiro com um milhão
Vai com ele, vai Geni
Vai com ele, vai Geni
Você pode nos salvar
Você vai nos redimir
Você dá pra qualquer um
Bendita Geni
Foram tantos os pedidos
Tão sinceros tão sentidos
Que ela dominou seu asco
Nessa noite lancinante
Entregou-se a tal amante
Como quem dá-se ao carrasco
Ele fez tanta sujeira
Lambuzou-se a noite inteira
Até ficar saciado
E nem bem amanhecia
Partiu numa nuvem fria
Com seu zepelim prateado
Num suspiro aliviado
Ela se virou de lado
E tentou até sorrir
Mas logo raiou o dia
E a cidade em cantoria
Não deixou ela dormir
Joga pedra na Geni
Joga bosta na Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni
Infelizmente grande parte da sociedade, ignorante ou que gosta do que não presta, vem elegendo gente furiosa: arrogante e podre da “direita neoliberal”, ou maluca e corrupta da “esquerda”, sem depois ter a disposição e a coragem de cobrar retidão no tratamento com a coisa pública e respeito às leis.
Para esses tipos de políticos não existe coloração partidária, não há ideologia e princípios, tudo se mistura e desaparece diante dos interesses mais mesquinhos. E o que se constata é que esses tipos de políticos têm mais facilidade para serem aceitos por Partidos que desdenham até um mínimo compromisso com o País.
Assim fica impossível saber qual lado é o melhor.
Ora, temos o direito de errar na escolha, porque ninguém penetra na alma do político bandido. Só que temos a obrigação de denunciá-los para tirá-los de onde estiverem e quando estiverem envolvidos em falcatruas ou práticas ilícitas e criminosas. Isto é exercício de cidadania que deve se conduzir pelas vias legais e democráticas. Fora disso tudo será como pesadelos e sonhos que se esboroam.
Links dos assuntos relacionados:
http://www.unificado.com.br/calendario/11/anistia.htm
http://www.jusbrasil.com.br/noticias/2072900/lei-da-anistia-pgr-emite-parecer-contra-revisao
Carta da filha de Luiz Carlos Preste e Olga Benário Prestes
http://www.tribunadaimprensa.com.br/?p=6412&cpage=1
Anistia ampla, geral e irrestrita.
http://www.conjur.com.br/2008-nov-16/leia_parecer_oab_1979_favor_anistia_ampla
Parecer da OAB em 1979 sobre a anistia ampla, geral e irrestrita
http://s.conjur.com.br/dl/parecer_oab_anistia_79.pdf
Parecer o Procurador-Geral da República (Roberto Monteiro Gurgel Santos), sobre a lei de anistia, na íntegra:
http://noticias.pgr.mpf.gov.br/noticias-do-site/pdfs/adpf_153_parecer.pdf
Meu caro Luiz:
ResponderExcluirPerfeita sua colocação. No entanto, o que sinto
como brasileiro apolítico, é o que imagino que sinta grande parte dos brasileiros com mais de 60 anos: absoluta incapacidade de reagir. Não sei se pela idade ou pela incompetência que esta nos impinge. Talvez por falta de armas - palavras ou canhões. Grande abraço.