sexta-feira, 21 de setembro de 2012

TEXTOS BEM ADEQUADOS AOS ESCÂNDALOS POLITICOS, TAIS COMO O MENSALÃO E A CPI DO CACHOEIRA













Postagem de Luiz Carlos Nogueira














Um dos livros do estilo de Nicolau Maquiavel, escrito há mais de 300 anos pelo Cardeal Mazarin, sob o título “Breviário dos Políticos” (Jules Mazarin; apresentação de Bolívar Lamounier; prefácio de Umberto Eco; tradução de Paulo Neves. — São Paulo: Ed.34; 2ª ed., 2000), entre tantos outros conselhos aos políticos, diz em alguns dos seus trechos:

[...]

“Se moves uma ação judicial, ou se é contra ti que ela é movida, estando ou não certo de ter o direito do teu lado, age sempre como se o prejuízo fosse teu. Visita os juízes, oferece-lhes presentes, convida-o à tua mesa. Dá um jeito para encontrar mediadores que consigam um acordo amigável com teu adversário. Com a mente repousada, reflete sobre as objeções que ele poderia te fazer, faz uma lista meticulosa delas, e prevê tuas respostas — mas que tudo isso permaneça absolutamente secreto. [...]” (pág. 186)


[...]
“Escolhe bem teus advogados. Sua competência e seu caráter não tem muita importância: o essencial é que mantenham boas relações com o juiz. Dá um jeito para que se sintam pessoalmente implicados no teu caso, a fim de que se convençam de que também são ameaçados e que, se a parte contrária triunfar, estarão expostos ao mesmo prejuízo que tu.”


Há por conseguinte, um outro livro não menos digno de citação, escrito por Piero Calamandrei: “Ele, os juízes, vistos por nós, os advogados” (tradução de Ary dos Santos, do original em italiano “Elogio dei giudici scritto da um avvocato”, Livraria Clássica Editora, 6ª Ed. 1981, 17, Praça dos Restauradores – Lisboa), no qual se lê na página 112:

“Certas pessoas de espírito e de bom apetite julgam que os médicos foram criados não para ensinar a morigeração que conserva a saúde, mas para descobrir remédios heróicos contra doenças produzidas pelos excessos e dar assim aos seus fiéis clientes a receita para que possam beatamente continuar a exceder-se. Da mesma forma há quem pense que a função do advogado não sociedade não é aquela de manter seus clientes no caminho da legalidade, mas sim a de inventar expedientes para reparar a má fé dos espertalhões e para, deste modo, lhes permitir que continuem nas suas espertezas.”

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